Há 26 anos, os povos indígenas ganharam uma data no calendário mundial para marcar suas lutas e conquistas como um dos grupos étnicos que mais sofrem com as violências práticas ao longo dos tempos, mas que resistem bravamente para manter suas tradições e culturas.

O Dia Internacional dos Povos Indígenas é celebrado hoje, 09 de agosto, e nos convida a refletir sobre as reais condições de existência dos povos indígenas, bem como de promover a inclusão deles na sociedade, inclusive por meio de sistemas de participação sociais e econômicos.

A homenagem foi criada em 1995 pela Organização das Nações Unidas (ONU), a partir da atuação de representantes de povos indígenas de diversos países, que visavam acabar com agressões e imposições sociais e culturais aos indígenas em seus territórios, garantindo seus direitos e modos de vida.

Este ano, o tema de discussão é Não Deixando Ninguém para trás: os povos indígenas e a convocação de um novo contrato social, e chama a atenção para a necessidade de se desenhar um novo contrato social para os povos indígenas, no qual suas formas de vida e de governança devem ser respeitadas. Uma maneira de reparar os erros cometidos e as violências praticadas contra os povos indígenas, bem como promover a igualdade de oportunidades, de direitos, dignidade e liberdade e dar subsídios para os indígenas participarem das tomadas de decisões.

A temática vai ao encontro de iniciativas em prol dos povos indígenas desenvolvidas por diversos países, da adoção da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, aprovada pela Assembleia Geral da ONU de 2007, ao Fórum Permanente sobre Questões Indígenas.

Populações nativas

De acordo com a ONU, são mais de 476 milhões de povos indígenas, algo em torno de 6,2% da população mundial, presentes em 90 países. São grupos com vasta diversidade cultural, tradições, línguas e sistemas de conhecimento únicos. Além de terem uma relação especial com suas terras e defenderem conceitos próprios de visão do mundo e suas prioridades.

No Brasil, são mais de 817 mil indígenas, representando 305 etnias, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apurados no Censo de 2010. Além da defasagem de mais de dez anos do último levantamento do governo, líderes indígenas acreditam que os números estão subestimados, pois o então questionário do Censo levava muitos nativos a se declararem pardos.

Para as lideranças, a designação como indígenas no Censo é importante para que se desenvolvam políticas públicas voltadas para a população nativa, principalmente para os que vivem áreas urbanas, onde são mais “invisíveis”. Uma grande fatia da população, que merece respeito com relação a sua cultura e língua e estar presente nas ações de inclusão social, de saúde e de educação.

Diversidade e Inclusão

Mas já há avanços obtidos pelos indígenas no Brasil, como a possibilidade de cursar o ensino superior por meio da Lei de Cotas (Lei 12.711), que estabelece a reserva de metade das vagas oferecidas anualmente nos processos seletivos das universidades, institutos e centros federais para candidatos cotistas; e a aprovação do Projeto de Lei 3746/20, que inclui povos indígenas no Cadastro Único (CadÚnico) de Programas Sociais do Governo Federal.

A inclusão dos povos indígenas no mercado de trabalho é o reflexo das políticas públicas, mas o caminho ainda é longo na avaliação de Renan Anger, Líder de Diversidade e Inclusão da TKE. “Assim como qualquer indivíduo, as pessoas que se reconhecem como indígenas devem ter seus direitos garantidos e merecem ser respeitadas em todos os ambientes, inclusive no trabalho, bem como ter acesso às oportunidades. E isso é o que buscamos, por meio das ações do Comitê de Diversidade e Inclusão, independente do percentual minoritário de pessoas que se declaram indígenas na nossa empresa” destaca Renan. Nosso Programa de Diversidade e Inclusão tem com um de seus pilares a questão Étnico-Racial. O objetivo com o programa é fortalecer a diversidade por meio da inclusão, dando aos nossos funcionários a liberdade de serem quem são e de crescerem profissionalmente em um ambiente de respeito às diferenças, seguro, diverso e com equidade.

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