O elevador é um dos meios de transporte mais seguros, levando-se em consideração a população que atende no mundo, média de 1 bilhão de pessoas diariamente.
Para atender este volume de passageiros, a “frota” mundial de elevadores instalados supera a marca de 15 milhões. O sobe e desce não para, mas as pessoas ainda têm dúvidas sobre como o elevador funciona. Por exemplo, o elevador despenca? Se faltar energia vou ficar sem ar para respirar?
Para tentar desmitificar o que é mito e o que é verdade, os engenheiros da TKE prepararam respostas para as perguntas que são recorrentes no imaginário das pessoas quando o assunto é elevador para que todos possam ter viagens mais tranquilas e, além disso, fiquem mais informados.
Existe risco de um elevador despencar?
Os elevadores devem ser projetados e fabricados em conformidade com as Normas técnicas vigentes, conforme a ABNT. Um dos requisitos importantes nesse dimensionamento e o fator de segurança aplicado aos elementos de suspensão, como os cabos de aço, responsáveis pelo tracionamento da cabina/contrapeso. Eles devem ter projetados e fabricados com capacidade de ruptura de no mínimo 12 vezes a capacidade máxima do sistema, incluindo a capacidade máxima de carga da cabina.
O elevador possui vários de sistemas de segurança subdivididos em níveis com um objetivo comum: prevenir o bem-estar de usuário. O 1º nível é o sistema de controle de velocidade e frenagem da máquina: dois sensores de velocidade, um no motor e um na cabina e dois freios independentes no motor. O 2º nível é uma redundância de segurança e raramente é operado.
Basicamente esses sistemas operam em harmonia e sequencialmente, como o limitador de velocidade que monitora constantemente a velocidade do elevador, de forma que em caso de ultrapassagem do limite máximo de velocidade, o comando do elevador é informado provocando a aplicação de frenagem mecânica gradativa no conjunto de tração.
Caso a velocidade da cabina permaneça aumentando, mesmo após a aplicação da frenagem mecânica na máquina de tração, um 2º nível de redundância é acionado. Esse sistema, totalmente mecânico, é denominada frenagem de segurança.
Ele é composto de um conjunto mecânico, totalmente independente e redundante, que aplica uma força de frenagem diretamente na cabina onde viajam os usuários. Por ter uma atuação totalmente mecânica, esse sistema é composto de um cabo de aço adicional solidário a cabina, responsável por movimentar o limitador de velocidade, pelo próprio limitador e por um conjunto de freios solidários a cabina, que atua diretamente nas guias do elevador. Em caso de acionamento esse sistema atuará de forma progressiva, ou seja, diminuirá de forma gradativa a velocidade da cabina, garantindo a segurança dos usuários.
Se acabar a energia vou ficar sem ar dentro da cabina?
A cabina do elevador tem que ter pelo menos 2% de ventilação natural, conforme a Norma Técnica que rege a fabricação de elevadores no Brasil. Portanto, não falta ar. Além disso, muitos elevadores possuem ventilador, opcional muito útil em regiões onde as temperaturas são mais elevadas.
Pode faltar luz na cabina se acabar a energia?
O elevador possui luz de emergência, conforme requisito de Norma, que é acionada em caso de falta de energia. Baterias que ficam em cima da cabina garantem o funcionamento da iluminação, assim como do interfone, para que o passageiro possa se comunicar com a portaria do prédio.
As portas podem se abrir mesmo quando o elevador não está no andar?
Desde o início dos anos 2000, as portas de pavimento dos elevadores são automáticas. Cada andar possui uma porta, sem motorização própria. A abertura da porta de pavimento só é realizada quando a cabina está no respectivo andar, através de um sistema de engate seguro entre eles. As portas não automáticas, que ainda existem por conta de elevadores mais antigos, também dispõem de uma trava que só abre quando a cabina está no respectivo andar.
Se o elevador parar de repente posso sair com a ajuda do zelador ou porteiro?
Não. O resgate de passageiros em elevador deve ser realizado somente por técnicos habilitados ou pelo Corpo de Bombeiros. Ou seja, zeladores, porteiros ou outros profissionais que trabalham no condomínio não são autorizados a intervir no elevador, mesmo quando há passageiros retidos. Como o elevador está permanentemente ligado na energia, caso ele retorne a operar durante uma manobra realizada de forma equivocada, há risco de acidente grave. Por isso, a recomendação é permanecer calmo e aguardar o técnico que fará o resgate com segurança.
Apertar várias vezes o botão de chamada faz o elevador chegar mais rápido?
Não, pois quando apertamos o botão pela primeira vez o elevador já registra o chamado. Toques adicionais no botão são ignorados pelo controlador do elevador. Essa atitude, bastante comum, pode prejudicar a conservação do elevador, devido ao desgaste do botão antes do tempo. Apertar o botão apenas uma vez, aumenta a eficiência dos elevadores no atendimento aos passageiros.
E quando o botão no pavimento tem uma opção para subir e outra para descer posso acionar os dois ao mesmo tempo?
Muitas pessoas se confundem com essa questão, mas na verdade, devemos escolher para qual sentido desejamos seguir, deixando para o elevador decidir o momento que nos atenderá. Por exemplo, se está no térreo e vai para o 10º andar tem que apertar o botão para subir. Agora, se vai para o subsolo e está no térreo tem que apertar o botão para descer. Quando apertamos os dois botões, o comando do elevador vai entender que naquele andar tem um passageiro que quer subir e outro que quer descer. Portanto, o elevador vai parar no andar quando estiver subindo e descendo. Isso acarreta maior tempo de viagem, atrapalhando o fluxo de passageiros no prédio, além de maior gasto de energia para o condomínio.