A dança tomou conta do palco em uma celebração para lá de especial: os 25 anos da Escola Bolshoi do Brasil, comemorados em 15 de março.

Para celebrar o marco dessa que é a única filial do renomado Teatro Bolshoi da Rússia, duas apresentações no Centreventos Cau Hansen de Joinville, em Santa Catarina, reuniram na noite do aniversário e na seguinte mais de 100 alunos e bailarinos da Cia. Jovem, acompanhados de solistas internacionais, três renomados Primeiros Bailarinos da Ópera de Kazan, na Rússia – Amanda Gomes, Wagner Carvalho e Mikhail Timaev – e de Cecília Kerche, primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. 

Para uma data única, a trupe trouxe a produção inédita do icônico balé “O Lago dos Cisnes”, imortalizada na música de Piotr Tchaikovsky, com o lendário Vladimir Vasiliev, bailarino e coreógrafo soviético e russo, patrono da fundação da Escola, assinando a coreografia, produção e cenografia. Um espetáculo que marcou o legado de uma iniciativa que há duas décadas e meia não se limita a formar artistas da dança: tem como essência o exercício da cidadania por crianças e jovens.

Uma construção que se fortalece com a parceria que a Escola Bolshoi do Brasil mantém com os apoiadores desse projeto social, como a TK Elevator que patrocina a iniciativa há seis anos como parte da política de ESG e a partir da Lei de Incentivo à Cultura (Rouanet).

Escola em escala maior

A Escola Bolshoi do Brasil tem hoje 250 alunos vindos de 24 estados brasileiros e quatro países – Argentina, Panamá, Rússia e Uruguai. São crianças e jovens entre 9 e 20 anos, a maioria de baixa renda, que integram esse verdadeiro trabalho social que concede 100% de bolsas de estudo para todos os aprovados.

Além de ensino gratuito, os alunos recebem benefícios como alimentação, transporte, uniformes, figurinos, assistência social, orientação pedagógica, assistência odontológica preventiva, atendimento fisioterápico, nutricional e assistência médica de emergência/urgência pré-hospitalar.

Para isso, uma condição é primordial: todos devem apresentar bom rendimento na Escola Bolshoi e no ensino médio e fundamental, já que a ausência de boas notas implica na perda da bolsa de estudo no Bolshoi.

É nesse contexto que eles recebem educação, aprendem uma profissão, exercitam responsabilidade e constroem cidadania no complexo escolar formado por salas para aulas de balé, estúdios de música, ateliê, núcleo de saúde, biblioteca, cantina, espaços culturais e dois laboratórios cênicos – são cerca de 6 mil metros quadrados dedicados à formação de cidadãos e artistas da dança dentro da metodologia do Teatro Bolshoi.

Valdir Steglich, que há 19 anos está à frente da presidência da Escola como voluntário, destaca o papel fundamental do Bolshoi nos 25 anos de vida. “É mais do que uma instituição de ensino. Ela foi e continua sendo um ponto de encontro para a arte, a disciplina e a paixão. Aqui, cada movimento, cada passo e cada coreografia são mais do que apenas técnica: são um reflexo da dedicação, do esforço e do compromisso com a beleza e a perfeição”, comenta.

O resultado do trabalho pode ser constatado também pelos números. Dos 478 bailarinos formados, 74% deles atuam na área da dança pelo Brasil e exterior e há jovens formados na escola “brasileira” que atuam em 27 países e em 5 continentes.  

Entre eles, Amanda Gomes e Wagner Carvalho, primeiros bailarinos da Ópera de Kazan/Rússia e que participaram da celebração dos 25 anos como solistas.

Também brilham nos palcos do mundo os brasileiros Jovani Furlan, primeiro bailarino do New York City Ballet, e Luis Fernando Rego, no Dance Theatre of Harlem, ambos em Nova York, Estados Unidos, além de Bruno Miranda, em Joburg Ballet, que fica em Joanesburgo, África do Sul, e Erick Swolkin e Bruna Gaglianone, no Ballet Estatal Berlin, na Alemanha. 

Amigos do Bolshoi

A TKE integra a rede formada por empresas e pessoas físicas socialmente responsáveis – os “Amigos do Bolshoi”. A proposta é contribuir para o projeto por meio de serviços prestados e patrocínios, que podem ser via leis de incentivo à cultura municipal, estadual e federal. 

Atualmente, a TKE está ao lado de outras 85 empresas que mantêm a estrutura para o desenvolvimento dos alunos e consequente promoção da dança como forma de arte e expressão.

Para Celia Campos, Diretora Administrativa da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, esses patrocínios são a porta de entrada para que a Escola ofereça mais oportunidades de formação e inclusão, permitindo que jovens talentos se desenvolvam e realizem seus sonhos. “Acreditamos que, juntos, estamos construindo um futuro mais brilhante para a arte e a cultura em nossa comunidade”, diz Celia.

Qualidades que também podem ser conferidas fora do palco, quando empresas vestem a camisa e fazem acontecer, ultrapassando a barreira de espectador e contribuindo para a formação de artistas completos, preparados para conquistar o mundo.

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